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Você já tem ideia do que fazer para dar uma guinada na em sua carreira? Sabe como lidar com a insegurança criada pelos desafios da profissão ou enfrentar os problemas de relacionamento no trabalho? Como entender se realmente é essa a missão a seguir na vida? É para ajudar na busca dessas respostas que existe o coaching, um processo de autoconhecimento conduzido por um profissional habilitado, chamado de coach, e que tem por objetivo ajudar o interessado, chamado de coachee, a descobrir caminhos a seguir para alcançar os objetivos almejados, sejam na vida profissional, financeira, pessoal.

Perguntas assertivas, testes comportamentais, entrevista e exercícios práticos fazem parte da metodologia que, em geral, é aplicada individualmente quando se trata da busca de crescimento ou mudança profissional, mas pode ser em grupo quando se trata de um trabalho que busca fortalecer relacionamentos interpessoais dentro de uma equipe.

“O objetivo é ajudar o coachee a alcançar seus objetivos mais rapidamente. Costumo dizer que, com ou sem coaching, a pessoa, muito provavelmente, conseguirá atingir seus objetivos,mas o coaching acelera este processo, ou seja, encurta o tempo entre o estágio atual e o desejado”, afirma a especialista em Recursos Humanos, Maria Rita Ritz, professora da IBE-FGV. Ela detalha que coach é uma palavra inglesa que significa treinador. “E é isto que vai acontecer neste processo, ou seja, o coach vai conduzir o coachee a alcançar seus resultados. E tudo isto vai depender do objetivo do coachee”, diz.

Rita detalha que uma das técnicas utilizadas são perguntas que provocarão uma reflexão para levar o coachee a reconhecer suas dificuldades, habilidades, suas crenças limitantes ou estimulantes.

Para a coach pessoal e profissional, Márcia Karelisky, Practitioner em Programação Neurolinguística (PNL), o coaching possibilita um maior nível de conscientização e sociabilidade, pois trabalha aspectos internos de cada indivíduo com base nos valores, voltados para a concretização dos objetivos. Ela diz que normalmente, quem passa por um processo de coaching traz um dilema, uma questão a ser solucionada. “O cliente é o elemento central, ele é que chega às suas próprias conclusões. O ponto essencial do processo de coaching é o dilema pertencente ao cliente (coachee). O coach deve focar na busca da solução do dilema, ele irá facilitar para que o outro (coachee) acesse maiores níveis de consciência e respeite e siga seus ‘insights’”.

Na visão de José Augusto Figueiredo, presidente, coach e consultor da LHH|DBM no Brasil e autor do livro “My Job – Doce Ilusão”, coaching é uma parceria com clientes num processo criativo e provocativo que os inspira a maximizar seus potenciais profissionais e pessoais. “O principal objetivo é o desenvolvimento. E quem define o objetivo é o cliente. Cada pessoa tem um objetivo ao iniciar um processo de coaching”.

José Augusto Figueiredo afirma que coaching é uma parceria com clientes num processo criativo e provocativo que os inspira a maximizar seus potenciais profissionais e pessoais.

Márcia Dolores Resende, diretora e coordenadora de desenvolvimento do Instituto de Thalentos, o objetivo do coaching é descomplicar a vida das pessoas. “Os profissionais sofrem ao tomar decisões e diante de questões que podem ser mais simples do que se imagina.

O ser humano complica muitas situações por isso o objetivo do coaching é tornar a vida mais simples porque para ter sucesso é importante descomplicar”, declarou ela que criou e implantou o método de coaching eficaz com PNL dentro de diversas empresas.

Para Márcia Dolores, o coaching oferece a oportunidade de potencializar talentos e gerenciar desafios por meio de instrumentos práticos e vivenciados no dia-a-dia

Metodologia

De acordo com Rita, uma das técnicas utilizadas são perguntas assertivas que provocarão uma forte reflexão sobre o tema, de maneira a levar o coachee a reconhecer suas dificuldades, suas habilidades, suas crenças limitantes ou estimulantes. “São utilizados também testes comportamentais cujos resultados podem apontar características intrínsecas e apontar para alguns caminhos bem interessantes. Entrevistas também são conduzidas de forma a fazer aflorar tais características”, esclarece.

Em alguns casos, a professora da IBE-FGV diz que há exercícios práticos que podem envolver amigos, família, colegas de trabalho, liderados. “As pessoas do entorno podem dar sua percepção a respeito da pessoa e isso vai ajudar o coach a construir junto com o coachee um cenário mais completo para ajudar na compreensão dos seus comportamentos, hábitos e atitudes”.

O coaching leva em consideração perspectivas de diversas ciências para aplicação de forma prática, sendo um método extremamente eficaz, segundo a coach pessoal e profissional, Fernanda Lobo, consultora em Comunicação Humana. Para ela, uma das técnicas mais utilizadas são as perguntas para ajudar o coachee a refletir. “São as chamadas perguntas poderosas, aquelas que ele, coachee, não faria a si mesmo”, diz.

Fernanda explica que a criação de planos de trabalho ou planos de ação, assim como dramatizações também fazem parte do processo.

Outra técnica citada por Fernanda é a criação de planos de trabalho ou planos de ação, por exemplo, com a técnica SMART, para que ele desenvolva as competências necessárias. “Também é usada a técnica dos role plays ou dramatizações, em que experimentam e ensaiam conversas, apresentações e negociações”.

Márcia Dolores defende que a aplicação do coaching eficaz com a Programação Neurolinguística (PNL) oferece a oportunidade de potencializar talentos e gerenciar desafios por meio de instrumentos práticos e vivenciados no dia-a-dia. “Dessa forma é possível acompanhar e medir a própria evolução. Um profissional em sintonia produz mais e com melhor qualidade. E como o método conta com uma avaliação sistêmica, torna-se fundamental que o executivo defina exatamente o que ele quer como felicidade profissional e pessoal”.

Na opinião de Márcia Karelisky, receber ajuda de um coach é um dos maiores privilégios que um profissional pode ter.

O processo decoaching segue umametodologia que envolve normalmentede 10 a 15 encontros nas quais o coachee será estimulado a refletir sobre algumas questões. As sessões podem ter periodicidade variada, podendo ser semanal, quinzenalou mensal, dependendo de cada caso, com duração de uma a duas horas. O valor normalmente é definido considerando a experiência do profissional, sua formação, a cidade onde está atendendo e até mesmo o nível hierárquico do profissional que estiver sendo atendido. O custo pode variar de R$ 300 a R$ 3.000.

Rita diz que entre uma sessão e outra o coachee terá tarefas a cumprir, cujos resultados serão subsídios para a sessão seguinte. “É uma metodologia bastante dinâmica e participativa. Em qualquer situação o coach não vai dar as respostas para o coachee, mas sim estimulá-lo a encontrar as suas respostas. O coach deve saber fazer as perguntas certas na hora certa e usar as técnicas adequadas para isto”, afirma e ressalta que coaching não é terapia. “No coaching, ao refletir sobre os pontos fortes, dificuldades, comportamentos e reações frente a determinados estímulos, a pessoa passa a se conhecer melhor e, se tiver interesse, passa a interagir de maneira mais favorável em relação às situações enfrentadas”, pontua.

Ela observa também que o coach não precisa entender do segmento profissional no qual está envolvido o coachee. “Ele precisa saber estimular e conduzir a reflexão do coachee tendo em vista seu objetivo”, diz. Dessa forma, ela alerta que é preciso verificar a formação do profissional do coach e orienta que o ideal é fazer uma entrevista inicial com, pelo menos, dois profissionais antes de escolher. “A escolha, além de ser pautada pela formação e indicação do profissional, também pela empatia entre as partes. Considere indicações, converse com pessoas que já foram atendidas pelo profissional. Tem muito profissional despreparado nesta área e uma escolha errada vai implicar em perda de recursos para coachee, tais como perda de tempo, dinheiro, desmotivação”.

Target

No coaching profissional, o público-alvo são profissionais em busca de uma posição no mercado de trabalho, aqueles que estão buscando uma ascensão de carreira como também os que estão querendo mudar de carreira. De acordo com Rita, pessoas com dificuldade de entrar no mercado de trabalho buscam o coaching para ajudá-las a traçar o caminho mais adequado para se inserir e iniciar suas vidas profissionais.

“Já aqueles que estão em busca de ascensão ou cujo objetivo é mudar de carreira, estão buscando ajuda para traçar um plano de qualificação mirando seu objetivo. Nestes casos, são profissionais seniores e com algumas variáveis envolvidas, normalmente já têm família, compromissos financeiros assumidos, têm mais idade”, observa ela ao destacar que qualquer mudança profissional deve ser muito bem planejada, pois os reflexos das decisões tomadas serão mais complexas e envolverão mais pessoas. “Às vezes, o que sequer é simplesmente se localizar melhor no ambiente atual de trabalho, entender melhor seu posicionamento, considerando as relações, hierarquia, cultura da organização”.

Fernanda Lobo cita ainda que o coaching pode ser direcionado para pessoas que acabaram de ser promovidas para um cargo de maior responsabilidade e liderança, assim como profissionais que ingressaram numa nova empresa. “Ele também pode ser voltado para quem não consegue ser promovido ou crescer por falta de algumas habilidades comportamentais e pessoas que tiveram avaliações de performance que indicam uma necessidade clara de desenvolvimento, por exemplo, baixa capacidade de trabalhar em equipe, pouca habilidade de comunicação no momento de feedback, entre outros aspectos”, diz.

Mas as ferramentas do coach também podem ser usadas para outras questões que não somente as do âmbito profissional. De acordo com Rita, existe, por exemplo, coaching para alcançar objetivos de qualidade de vida, tais como: emagrecer, realizar um grande sonho (financeiro inclusive), coaching para noivos, coaching para construir e/ou ativar minha rede de contatos (networking) e outros.

As empresas cada vez mais tem contratado os serviços de coaching com os seguintes objetivos: alinhar os objetivos da empresa com os objetivos de seus líderes e liderados, promover auto desenvolvimento de suas equipes, descobrir novas habilidades e trabalhar competências para o profissional desempenhar melhor suas funções, conforme explica Márcia Karelisky. “O coaching pode ser trabalhado em diversos níveis hierárquicos incluindo os mercados de alta e média gerência”, explica Fernanda Lobo.

Quem é quem?
Coach: Profissional capacitado em criar parcerias e acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional de seus clientes na realização de metas e objetivos, aumentando assim, os níveis de satisfação.

Coachee: Indivíduo que deseja passar pelo processo de Coaching e, também, que deseja uma melhora na concretização de seus objetivos e na qualidade de vida, firmam uma parceria para a realização de metas e objetivos em curto, médio e longo prazo.

Rita completa que o coach pode ser contratado para fazer coaching com um grupo de líderes de uma empresa inserido dentro de um programa de desenvolvimento de líderes. “O coach ajuda muito também quando é realizado com o patrocinador da empresa (dono, presidente, diretor etc). Quando o próprio dono se disponibiliza a fazer um programa de coaching e a desenvolver as competências que descobrir necessárias para o melhor exercício do seu papel, toda a organização acaba se beneficiando com isto”.

Benefícios

São diversos os benefícios oferecidos pelo coaching, a começar pelo processo de autoconhecimento pelo qual passa um coachee, ou seja, a partir do momento em que são identificadas algumas dificuldades e como o profissional pode lidar melhor com elas, é possível mudar comportamentos e melhorar os resultados obtidos a partir deste reconhecimento. O treinamento também costuma influir positivamente sobre o estresse, diminuindo seu excesso, pois o coachee passa a lidar melhor com as coisas que são importantes e a não deixá-las se transformar em urgentes, pois aprende a planejar e a administrar melhor sua agenda.

Pode-se dizer que o coaching ajuda principalmente na organização da vida da pessoa, seja para administrar melhor o seu tempo, a criar rotinas favoráveis à obtenção dos resultados, a desenvolver uma disciplina adequada para tornar possível lidar com aquilo que for importante para o coachee, a administrar seu networking. “Mas, sobretudo, o coach ajuda a pessoa a identificar sua meta, seu objetivo, pois se a pessoa não souber pra onde quer ir, qual meta alcançar, ela também não conseguirá traçar o melhor caminho para chegar até lá”, aponta Rita.

Para Márcia Karelisky, receber ajuda de um coach é um dos maiores privilégios que um profissional pode ter. “Esse processo vai te ajudar a melhorar competências fundamentais para a sua carreira, além disso, você também desenvolve o autoconhecimento, que é um elemento fundamental em profissionais de sucesso”.

Fernanda destaca que para alcançar os resultados é preciso fazer sessões regulares e agendadas e ressalta que o coaching não faz milagres. “Depende muito mais do empenho e vontade do indivíduo de mudar e se desenvolver, do que do “poder” do coach. Como costumamos dizer: o desejo deve ser ardente, caso contrário, ficamos na nossa zona de conforto e não alçamos voos mais altos e desafiadores”, pontua. Na opinião de Márcia Dolores, entre os aprendizados para os profissionais durante o coaching é desenvolver a capacidade de tomar decisões. “Esse é o grande presente. Ele saberá se decidir porque tem clareza de seus valores. Quem faz coaching sabe porque está na situação”.

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